sexta-feira, 30 de março de 2012

Mais um ataque estatal à liberdade de exercício de profissão.


Mais uma guilda conseguiu fazer seu lobby prevalecer para criar uma reserva de mercado corporativista. Dessa vez foi o CFM (Conselho Federal de Medicina), o qual pediu que o Estado agisse para PROIBIR indivíduos livres de exercer a profissão de acupunturista. Agora, o exercício da acupuntura é um privilégio dos médicos, e qualquer não-médico que se atrever a furar mais esse cartel criado pelo Estado será perseguido pelo aparato policial, como se fosse um criminoso.
O argumento, lógico, é a defesa do pobre e indefeso paciente. Vejam a fala do vice-presidente da guilda, um tal de Carlos Vital Tavares Correa Lima: "foi um ganho para a saúde, para a segurança do paciente". É impressionante a cara de pau dessa gente!
Senhor Carlos Vital, se eu, que sou absolutamente capaz para os atos da vida civil, quiser fazer um tratamento de acupuntura com um profissional que não é filiado à sua guilda, o que o senhor tem a ver com isso? Que direito o senhor e seus comparsas se atribuem para decidir o que eu faço com meu corpo e com meu dinheiro? Eu dispenso a sua preocupação com minha saúde! Não me venha com esse papinho de defender o paciente, porque eu sei que você e seus pares querem apenas garantir uma reserva de mercado, transformando concorrentes que lhes tiram possíveis pacientes em criminosos.
Os acupunturistas não-médicos devem reagir! Os pacientes de acupunturistas não-médicos devem reagir. O exercício de qualquer profissão deve ser absolutamente livre, não apenas porque o livre mercado de qualquer bem ou serviço garante aos consumidores mais opções, mais qualidade e menores preços, mas sobretudo porque o livre mercado é o único arranjo legítimo para a disciplina do exercício de uma atividade econômica.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Uma quadrilha que rouba e não tem vergonha de fazê-lo.

Murray Rothbard, discípulo de Mises e fundador do moderno libertarianismo, descreveu o Estado como "uma gangue de ladrões em larga escala": http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=75. Alguns dizem que isso é um exagero etc e tal. Será que é mesmo?
O Estado obriga cidadãos a pagar impostos para entrar no Brasil com mercadorias que eles trazem de outros países, isto é, o Estado pratica o roubo contra esses cidadãos, na medida em que lhes tira dinheiro à força. Quando esses cidadãos tentam se esquivar desse roubo, o Estado põe a polícia contra eles, toma suas mercadorias e ainda os prende por um "crime" inventado pelo próprio Estado, chamado de descaminho. E mais: para impor medo na população, o Estado alardeia seus atos violentos com pompa e circunstância, para que ninguém se atreva a desafiá-lo.
Que ladrões teriam coragem de, à luz do dia e na frente de todos, roubar quase R$ 2 milhões, prender as vítimas e ainda chamar a imprensa para divulgar tudo isso, na maior cara de pau? Como podemos ver vítimas serem chamadas de ladrões e ladrões se passarem por vítimas de forma tão esdrúxula? Nessas horas eu lembro do trecho de uma música do ex-titã Nando Reis, que diz assim: "o mundo está ao contrário e ninguém reparou..."

sexta-feira, 16 de março de 2012

E quem defende o "consumidor nacional"?

Eu já estou meio de saco cheio de criticar o protecionismo em discussões com amigos e conhecidos meus. É impressionante como medidas protecionistas conseguem se passar como boas e necessárias para a economia de um país. Basta você criticar uma medida protecionista para receber de volta um esporro enfático: "sem essa medida a indústria nacional quebra, seu burro!".

Bem, se você também pensa assim, sugiro que leia este texto: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=64. Se, após lê-lo, continuar achando o protecionismo algo bom e necessário, leia este outro texto: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=539. Se, após lê-lo, ainda continuar defendendo o protecionismo, terei motivos para suspeitar que você é algum produtor nacional beneficiado pelas medidas protecionistas.

A todo momento grupos de interesse unem forças e pressionam o governo para que ele tome alguma medida protecionista. O motivo e a justificativa são sempre os mesmos: empresas estrangeiras estão vendendo seus bons produtos a preços muito baixos, então precisamos proteger as nossas empresas nacionais, que para sobreviver necessitam continuar vendendo seus produtos ruins a preços muito altos. O consumidor, que ao conseguir comprar produtos estrangeiros melhores e mais baratos está tendo um inegável aumento de renda, porque tem seu poder de compra elevado, é o grande prejudicado dessa história. Mesmo assim, o defensor do livre mercado quase sempre sai de uma discussão levando a pecha de ser contra os pobres e a favor dos ricos. Parece piada, mas é o que acontece: aquele que defende os ricos industriais com boas conexões com políticos e burocratas (sim, são eles os beneficiados com medidas protecionistas) se autointitula um defensor dos fracos e oprimidos, enquanto aquele que defende os pobres consumidores (sim, são eles os prejudicados com medidas protecionistas) é considerado um capitalista selvagem e insensível, que quer ver o país quebrado e entregue a grupos econômicos multinacionais que só pensam em lucrar.
Para finalizar, leiam essa notícia: http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios+industria,governo-quer-encarecer-vinho-importado,106240,0.htm. Viram a frase inicial? "O governo brasileiro quer tornar o vinho importado mais caro ou retirá-lo da prateleira como forma de proteger a indústria nacional". Pois é, "consumidor nacional". Mais uma "indústria nacional" conseguiu fazer seu lobby para obrigar você a sustentá-la. Bata palmas para mais essa medida protecionista salvadora da economia do nosso país.