terça-feira, 29 de maio de 2012

HOMESCHOOLING. Revogar a proibição? Sim. Regulamentar? Não!


Acabo de receber um e-mail de um amigo no qual foi linkada uma matéria que saiu domingo no Estadão. A matéria conta a história de Cléber Nunes, o herói brasileiro que tirou seus filhos da escola e... Bem, leiam a matéria vocês mesmos: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,sem-educacao-formal-irmaos-ganham-premios-,878665,0.htm. É emocionante a história da família Nunes.
No mesmo e-mail, também foi linkada a notícia da criação de uma frente parlamentar em defesa do homeschooling: http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/congresso/congresso-comeca-a-discutir-legalizacao-de-educacao-domiciliar/.
Hoje o ensino doméstico é proibido, e pais podem até ser presos pelo crime de "abandono intelectual". Mas é preciso ter muito cuidado com esses projetos de lei sobre homeschooling tramitando no Congresso. Existe uma probabilidade muito grande de nossos políticos tentarem REGULAMENTAR o "ensino em casa", o que pode ser uma tragédia! Eles podem criar a profissão de educador doméstico, estabelecer uma prova obrigatória, impor um currículo, contratar fiscais para ir nas casas das pessoas verificar se elas estão mesmo estudando etc.
Diante de temas como esse, a posição libertária deve ser pela REVOGAÇÃO DA PROIBIÇÃO, e não pela legalização ou pela regulamentação. Pais devem ser livres para educar seus filhos em casa e ponto final! Vamos ficar atentos ao trabalho dessa frente parlamentar.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Em defesa dos cambistas e de todos os empreendedores "clandestinizados" pelo Estado.


É impressionante a capacidade que o Estado tem de transformar trocas voluntárias em atos criminosos. E é mais impressionante ainda o fato de as pessoas, em vez de se revoltarem contra isso, apoiarem entusiasmadamente essas medidas. Há vários exemplos.
Se você não é uma taxista regulamentado, que paga caríssimo para obter uma licença governamental, mas tem um veículo e resolve oferecer transporte a pessoas que queiram pagar por isso, você é um "taxista pirata", que faz "transporte clandestino". Muito cuidado! A polícia talvez não pegue você, dada a conhecida ineficiência desse departamento estatal, mas pode ser que um repórter investigativo de uma grande emissora de TV consiga flagrar pessoas (geralmente pobres, que não são bem atendidos pelo péssimo sistema de transporte público) contratando livre e voluntariamente seus serviços no meio da rua, por preços provavelmente mais baixos que o cobrado pelos profissionais cartelizados pela regulamentação estatal. Sabe o que vai acontecer? Esse repórter vai tentar a todo custo constranger você e seus clientes, metendo o microfone nas suas caras e fazendo perguntas ameaçadoras, do tipo "você sabia que é crime fazer transporte clandestino?". Você e seus clientes, pessoas de bem que estão apenas firmando um contrato, ficarão morrendo de vergonha, escondendo o rosto e saindo da frente dos holofotes em desespero. Em casa, milhões de pessoas assistem a tudo enquanto fazem uma refeição ou descansam no sofá da sala. Em vez de se revoltarem contra a absurda regra estatal que criminaliza trabalhadores e contra a postura cretina do repórter, incapaz de reconhecer a arbitrariedade da medida estatal, algumas dessas pessoas ainda comentam, indignadas: "olha que absurdo esses 'taxistas piratas', e o governo não faz nada...".
Quer outro exemplo? O cambista, tão conhecido por aqueles que frequentam eventos esportivos e culturais. O cambista é um profissional extremamente importante, tanto pros empresários, que lucram com a venda antecipada dos ingressos e vêem diminuído o risco do seu empreendimento, quanto pros consumidores, que conseguem ingressos para um evento ao qual decidiram ir de última hora, por exemplo. Se algumas vezes os cambistas lucram muito, com a venda de ingressos a preços superiores ao da bilheteria, outras vezes eles levam o maior prejuízo, tendo que vender ingressos a preços irrisórios.
Se alguém tem dinheiro e resolve investir na compra antecipada de ingressos para eventos culturais e esportivos, na expectativa de lucrar com a revenda desses ingressos posteriormente, qual é o problema disso? Onde está o erro dessa atividade econômica? Em que ela difere de qualquer outra atividade econômica de produção ou circulação de bens ou serviços? O cambista é apenas mais um empreendedor, que investe capital próprio (ou de terceiro, por que não?) em determinado negócio de compra de um bem para revenda futura. O risco de sua atividade é exclusivamente seu.
Alguns poderão retrucar dizendo que existem muitos casos de revenda de ingressos falsos por esses profissionais. Ora, isso nada tem a ver com a atividade do cambista em si, mas com alguns profissionais que a exercem. Eles devem ser combatidos, e não a atividade em si. E qualquer pessoa minimamente inteligente deve concordar que, quanto a essa questão, a "criminalização" da atividade do cambista só piora as coisas. Sim, porque tal "criminalização" faz com que a revenda dos ingressos seja feita na clandestinidade, maximizando o risco do consumidor. Caso não houvesse a proibição, formar-se-ia um livre mercado de revenda de ingressos, extremamente competitivo, no qual os cambistas teriam que conquistar consumidores mostrando cada vez mais eficiência e confiabilidade. Afinal, que setor no qual existe livre iniciativa e livre concorrência não traz benefícios constantes e progressivos para os consumidores?
Mas alguns ainda podem retrucar, alegando que muitos empresários (ou mesmo os próprios artistas, por exemplo) não querem cambistas revendendo ingressos dos seus eventos. Ora, basta que eles se protejam quanto a isso por contrato, fazendo ingressos personalizados, restringindo a venda a pessoas cadastradas ou mesmo prevendo uma multa em caso de revenda. Neste caso, o cambista que adquirir vários ingressos para revendê-los estará violando uma cláusula contratual e poderá ser processado por isso pelo interessado. Enfim, não se trata de um crime, mas de mera quebra de acordo. Simples assim.
Nada disso, todavia, entra na cabeça de um político ou burocrata. Tanto que eles vão tipificar a atividade do cambista como crime no anteprojeto do novo Código Penal, sujeitando o pobre revendedor de ingressos a uma pena de dois anos de cadeia. Mais uma vez, o Estado transformará, num passe de mágica, uma simples troca voluntária numa atividade criminosa. Você, que com certeza já comprou um ingresso a um cambista, vai aplaudir mais essa agressão estatal ao livre mercado?

sexta-feira, 30 de março de 2012

Mais um ataque estatal à liberdade de exercício de profissão.


Mais uma guilda conseguiu fazer seu lobby prevalecer para criar uma reserva de mercado corporativista. Dessa vez foi o CFM (Conselho Federal de Medicina), o qual pediu que o Estado agisse para PROIBIR indivíduos livres de exercer a profissão de acupunturista. Agora, o exercício da acupuntura é um privilégio dos médicos, e qualquer não-médico que se atrever a furar mais esse cartel criado pelo Estado será perseguido pelo aparato policial, como se fosse um criminoso.
O argumento, lógico, é a defesa do pobre e indefeso paciente. Vejam a fala do vice-presidente da guilda, um tal de Carlos Vital Tavares Correa Lima: "foi um ganho para a saúde, para a segurança do paciente". É impressionante a cara de pau dessa gente!
Senhor Carlos Vital, se eu, que sou absolutamente capaz para os atos da vida civil, quiser fazer um tratamento de acupuntura com um profissional que não é filiado à sua guilda, o que o senhor tem a ver com isso? Que direito o senhor e seus comparsas se atribuem para decidir o que eu faço com meu corpo e com meu dinheiro? Eu dispenso a sua preocupação com minha saúde! Não me venha com esse papinho de defender o paciente, porque eu sei que você e seus pares querem apenas garantir uma reserva de mercado, transformando concorrentes que lhes tiram possíveis pacientes em criminosos.
Os acupunturistas não-médicos devem reagir! Os pacientes de acupunturistas não-médicos devem reagir. O exercício de qualquer profissão deve ser absolutamente livre, não apenas porque o livre mercado de qualquer bem ou serviço garante aos consumidores mais opções, mais qualidade e menores preços, mas sobretudo porque o livre mercado é o único arranjo legítimo para a disciplina do exercício de uma atividade econômica.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Uma quadrilha que rouba e não tem vergonha de fazê-lo.

Murray Rothbard, discípulo de Mises e fundador do moderno libertarianismo, descreveu o Estado como "uma gangue de ladrões em larga escala": http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=75. Alguns dizem que isso é um exagero etc e tal. Será que é mesmo?
O Estado obriga cidadãos a pagar impostos para entrar no Brasil com mercadorias que eles trazem de outros países, isto é, o Estado pratica o roubo contra esses cidadãos, na medida em que lhes tira dinheiro à força. Quando esses cidadãos tentam se esquivar desse roubo, o Estado põe a polícia contra eles, toma suas mercadorias e ainda os prende por um "crime" inventado pelo próprio Estado, chamado de descaminho. E mais: para impor medo na população, o Estado alardeia seus atos violentos com pompa e circunstância, para que ninguém se atreva a desafiá-lo.
Que ladrões teriam coragem de, à luz do dia e na frente de todos, roubar quase R$ 2 milhões, prender as vítimas e ainda chamar a imprensa para divulgar tudo isso, na maior cara de pau? Como podemos ver vítimas serem chamadas de ladrões e ladrões se passarem por vítimas de forma tão esdrúxula? Nessas horas eu lembro do trecho de uma música do ex-titã Nando Reis, que diz assim: "o mundo está ao contrário e ninguém reparou..."

sexta-feira, 16 de março de 2012

E quem defende o "consumidor nacional"?

Eu já estou meio de saco cheio de criticar o protecionismo em discussões com amigos e conhecidos meus. É impressionante como medidas protecionistas conseguem se passar como boas e necessárias para a economia de um país. Basta você criticar uma medida protecionista para receber de volta um esporro enfático: "sem essa medida a indústria nacional quebra, seu burro!".

Bem, se você também pensa assim, sugiro que leia este texto: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=64. Se, após lê-lo, continuar achando o protecionismo algo bom e necessário, leia este outro texto: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=539. Se, após lê-lo, ainda continuar defendendo o protecionismo, terei motivos para suspeitar que você é algum produtor nacional beneficiado pelas medidas protecionistas.

A todo momento grupos de interesse unem forças e pressionam o governo para que ele tome alguma medida protecionista. O motivo e a justificativa são sempre os mesmos: empresas estrangeiras estão vendendo seus bons produtos a preços muito baixos, então precisamos proteger as nossas empresas nacionais, que para sobreviver necessitam continuar vendendo seus produtos ruins a preços muito altos. O consumidor, que ao conseguir comprar produtos estrangeiros melhores e mais baratos está tendo um inegável aumento de renda, porque tem seu poder de compra elevado, é o grande prejudicado dessa história. Mesmo assim, o defensor do livre mercado quase sempre sai de uma discussão levando a pecha de ser contra os pobres e a favor dos ricos. Parece piada, mas é o que acontece: aquele que defende os ricos industriais com boas conexões com políticos e burocratas (sim, são eles os beneficiados com medidas protecionistas) se autointitula um defensor dos fracos e oprimidos, enquanto aquele que defende os pobres consumidores (sim, são eles os prejudicados com medidas protecionistas) é considerado um capitalista selvagem e insensível, que quer ver o país quebrado e entregue a grupos econômicos multinacionais que só pensam em lucrar.
Para finalizar, leiam essa notícia: http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios+industria,governo-quer-encarecer-vinho-importado,106240,0.htm. Viram a frase inicial? "O governo brasileiro quer tornar o vinho importado mais caro ou retirá-lo da prateleira como forma de proteger a indústria nacional". Pois é, "consumidor nacional". Mais uma "indústria nacional" conseguiu fazer seu lobby para obrigar você a sustentá-la. Bata palmas para mais essa medida protecionista salvadora da economia do nosso país.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A regulamentação de profissões avança no Brasil.

Venho aqui, mais uma vez, trazer más notícias: mais uma profissão vai ser regulamentada em nosso páis, o que significa que a liberdade vai sofrer mais um revés.
Leiam essa matéria: http://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?tl=1&id=1226300. Isso mesmo! Vão regulamentar a "profissão" de filósofo. Nesse link você pode ler o inteiro teor do projeto de lei: http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=523870.
Vamos torcer para que esse projeto não seja aprovado. Se for aprovado, vamos torcer para que ele seja vetado, ainda que parcialmente, como ocorreu no caso da regulamentação da profissão de cabeleireiro, que eu comentei nesse post: http://brlivre.blogspot.com/2012/01/milagre-o-governo-tomou-uma-medida-em.html. Caso não seja vetado, vamos torcer para que algum ente legitimado (partido político, OAB, PGR etc.) questione no STF a constitucionalidade da lei, e a nossa Corte Suprema diga que ninguém precisa de diploma nem filiação compulsória a nenhum órgão para exercer a "profissão" de filósofo, como já fez em outras oportunidades: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2011/08/01/stf-decide-que-musico-nao-precisa-se-filiar-a-ordem-para-exercer-a-profissao/ e http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2009/06/17/ult5772u4370.jhtm.
Sabem aquela frase "o preço da liberdade é a eterna vigilância"? Pois é. Nós precisamos vigiar melhor nossos políticos e burocratas, porque a todo momento eles nos surpreendem com uma medida anti-libertária como essa.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

As tetas estatais vão amamentar mais marmanjos.


O grande Frédéric Bastiat (http://pt.wikipedia.org/wiki/Fr%C3%A9d%C3%A9ric_Bastiat) cunhou essa brilhante frase: "O Estado é a grande ficção através da qual todos sonham em viver às custas de todos". Não concorda? Leia esta matéria: http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,jovens-de-baixa-renda-terao-passagens-de-aviao-gratuitas-preve-projeto,836315,0.htm. E aí, Bastiat estava certo ou não?
Estatistas argumentam que ajudar os necessitados, por meio de programas de redistribuição de riqueza, é uma função legítima do Estado, porque, segundo eles, a caridade privada produziria resultados sub-ótimos nessa área. Ontem mesmo tive uma discussão com uns amigos estatistas que estavam elogiando entusiasmadamente um programa do governo que distribui remédios para hipertensão e diabetes gratuitamente (http://g1.globo.com/politica/noticia/2011/02/governo-anuncia-remedios-gratuitos-para-hipertensao-e-diabetes.html). Eu, que tenho um pai hipertenso e diabético que se beneficia de tal programa, disse a eles que nem por isso o considero correto, já que ninguém é obrigado a pagar pela saúde dos outros. Fui acusado de ser um insensível, que não se importa em ver pessoas miseráveis morrerem por falta de remédios ou de atendimento médico. Achei estranho, porque eu critico o nosso sistema público (socialista) de saúde justamente porque não sou insensível e acho um absurdo ver pessoas miseráveis morrerem diariamente por falta de remédios ou de atendimento médico, algo que ocorre no Brasil há tempos. Como eu considero a saúde um bem/serviço, e não um direito (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=338), entendo que o livre mercado proveria esse bem/serviço universalmente, de forma mais barata, eficiente e justa. Bem, me desviei. Volto ao ponto.
Quando se admite que um ente centralizador arranque dinheiro coercitivamente das pessoas para depois redistribui-lo, cometem-se vários erros, da origem (violência representada pela tributação) ao fim (ineficiência da tal redistribuição, que sempre será discriminatória). No meio desse caminho, ainda há a corrupção.
E mais: a alma "caridosa" dos políticos e burocratas é tão grande (porque o dinheiro não é deles) que eles acabam exagerando, e além de hipertensos e diabéticos, ajudam artistas, atletas, pescadores, agricultores, a "indústria nacional", os "movimentos sociais", sindicalistas, siliconadas (http://www.pliber.org.br/Blog/Details/366)etc etc etc... A lista é infindável. A cada dia mais grupos de pressão se formam para mamar nas tetas estatais. Os "estudantes" marmanjos mencionados na reportagem linkada acima são apenas os próximos da imensa fila.
Em última análise, a "caridade" do governo com o dinheiro alheio ainda produz outro resultado nefasto: ela inibe a genuína caridade (voluntária), porque as pessoas ficam com menos dinheiro para doar e com menos disposição a fazê-lo, já que o governo assumiu esse papel.
Bastiat, obviamente, estava certo: o Estado é uma grande ficção através da qual todos sonham em viver às custas de todos. Como esse sonho é impossível, o Estado consegue apenas fazer com que uns vivam às custas dos outros.