quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

"IBGE: Mais de 1 milhão de crianças entre 10 e 14 anos trabalham no Brasil". Um depoimento de Thomas Korontai.

Parece que o foco dessa ação contra o trabalho infantil é evitar que surjam vencedores na vida. Não me refiro, é óbvio, ao trabalho com risco, ou que exija grandes esforços físicos e rotinas longas, principalmente se ainda os estudos forem prejudicados. Refiro-me ao trabalho leve, sem riscos, incluindo, portanto, os domésticos.

Eu comecei a trabalhar em empresa com 13 anos de idade, mesmo minha família sendo de classe média. Aos 14 para 15 anos era office boy em Caxias do Sul/RS, na empresa onde meu pai era diretor. Aos 15 para 16, em outra empresa, uma fábrica de camas e beliches, atuando no escritório e no controle de operação das máquinas, no chão de fábrica. Aprendi sobre a rotina de uma empresa, bancos, notas fiscais, controles, disciplina, fazia meio-salário, que era legalizado naquela época e às 16h estava livre para ir ao colégio. Tenho um orgulho danado disso!

Aos 17 anos fui repórter no Jornal O Pioneiro e da Rádio Independência, e, embora não fosse oficialmente empregado, trabalhei bastante, tinha muita responsabilidade, pois a cobertura do esporte amador era toda minha (o jornal era semanal na época), e a cobertura do futebol profissional no meio da semana (os treinos) também. E ainda, nesta época, trabalha na Livraria Rossi, como multi-tarefa.

Tudo que fui aprendendo fui aplicando e meus patrões "me exploraram" ao máximo o que poderia fazer, fazendo-me descobrir talentos que eu nem sabia ter. Sou imensamente agradecido a todos eles!

Hoje... tenho pena de todos que não conseguem trabalhar, vitimas dessa política imbecil que desenvolveu um bocado de marginais, pois as regras de mercado são assim mesmo - se o ECA (Ecah!!!) protege a "criança" de 16, 17 anos (muitas vezes mais forte do que um adulto) os bandidos os arregimentam para nelas se protegerem da polícia. Isso todo mundo sabe...

empresas não conseguem contratar porque não vale a pena pagar para aprendiz o mesmo que se paga para um adulto. Além disso tem o serviço militar no meio do caminho (sou a favor de um serviço de categoria militar, mas a partir de 15 aos 30 anos, misturando escotismo, militarismo e defesa civil, para forjar cidadãos).

Enfim, mataram o trabalho exatamente na formação das pessoas, proibindo-as até de lavar a louça! Minha mãe me pôs a lavar louça com dez anos, assim como, varrer a casa, o quintal, para dar valor à limpeza e organização, e hoje posso me considerar um sujeito "prendado", pois sei fazer tudo em uma casa. Fui forçado? Não, fui ensinado, porque criança se ensina, não se dá muita opção, porque opções se dão para quem sabe algo da vida, o que só é possível na vida adulta (hoje mais na teoria, infelizmente...).

Quando leio a biografia de grandes homens e mulheres a maioria absoluta começou a trabalhar cedo, alguns até com oito anos de idade. Não conheço ninguém que tenha começado a trabalhar cedo que seja mau caráter, "braço curto" ou como dizem hoje "vagal". A formação de quem começa cedo é sólida, e isso os "defensores" das crianças destruíram, criando uma crônica falta de mão de obra qualificada, pois, junto com a (des) educação ditada pelo MEC - Ministério da Erradicação de Cidadãos - abriram o caminho para a desconstrução de toda uma Sociedade. Quem sabe, seja para dominá-la mais facilmente. Mas a vida e os valores humanos, sempre dão um jeito de reverter as coisas...Só Comte e outros vigaristas acreditaram e acreditam o contrário.

Feliz Ano Novo!

Thomas Korontai

www.federalista.org.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário